Hoje eu vi fotos da Dona Laura, senhora que foi agredida pela Verônica Bolina – a travesti que ficou “famosa” após divulgarem sua foto desfigurada e sem permissão por toda a internet. Tanto as fotos da senhora agredida quanto as da travesti me chocaram, pois nenhuma das duas merecia ser agredida de tal maneira.
E o que eu mais vi
foram comentários do tipo “Ah, a travesti mereceu a surra que levou. Olha o que
ela fez com esta senhora!”. Eu só irei explicar uma vez: a Polícia Civil, a
Polícia Militar e os agentes penitenciários não são treinados para espancar ou
torturar ninguém. Independente do sexo, gênero, cor e etnia. Ninguém merece
apanhar: nem a idosa e nem a Verônica. Nenhuma das duas, apenas isso.
No Brasil existe o
Código Penal, advogados e juízes para que a lei seja cumprida. Logo, policiais
e agentes penitenciários não são os detentores do saber para julgar se a pessoa
presa deve apanhar ou não por causa do crime que cometeu. É simples, mas é tão
complicado as pessoas entenderem isso na era de puro ódio que existe na
internet.
Acredito que seja mais fácil julgar do que
entender que a Verônica não está certa e deve ter o seu crime investigado e
julgado por um juiz. Mas nem por isso está correta a surra que deram nela
dentro da cadeia e muito menos o fato de a terem colocado na ala masculina do
presídio.
Enfim, falta entender que neste caso há duas
vítimas: a dona Laura, que foi agredida dentro de casa, segundo ela e há também
a Verônica, que foi agredida num presídio. No entanto, vale ressaltar: nenhum
crime deve justificar o outro.
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