quinta-feira, 13 de agosto de 2015

O sentimento de impotência e a resistência na militância feminista


Ultimamente tenho lido várias matérias sobre feminicídios, sobre mulheres que sofreram agressões de seus parceiros ou foram estupradas. E o medo só aumenta. E junto com o medo o sentimento de revolta também. Mas o sentimento de impotência é o que mais de inquieta, me incomoda e me tira a paz.

A sensação de impotência quando me deparo com notícias em que mulheres foram brutalmente agredidas, violentadas ou mortas. Sinto-me impotente, pois eu sei que apesar de toda a minha militância e vontade de mudar o mundo, eu não pude evitar que mais uma mulher entrasse para a estatística. Números que só aumentam, porque todo dia uma mulher morre por causa do machismo. Todo dia uma mulher é agredida, violentada e estuprada por causa da misoginia. Todo dia eu tenho medo de ser agredida, violentada ou estuprada. E sinto-me mais impotente a cada dia que passa.

Ao ler matérias sobre mulheres que tiveram mãos e pés decepados por seus companheiros, que foram queimadas e mortas com requintes de crueldade, só consigo compreender o quanto o feminismo se faz necessário no século 21, em pleno ano de 2015. Pois ainda não alcançamos a tão sonhada equidade entre os gêneros. E, por isso, apesar de todo o sentimento de impotência que eu sinto, não desisto do feminismo. Porque ainda acredito que, através do movimento, conseguiremos as mudanças necessárias para que, talvez, no futuro vivamos com respeito à igualdade de direitos.


Quando alcançarmos tal igualdade, será possível não presenciarmos cenas de abuso, de machismo, de misoginia. Não assistiremos à programas policiais que julgam a mulher estuprada e relativiza o crime de estupro. Não leremos matérias que se preocupam mais em saber se a vítima perdoou o criminoso que lhe arrancou as mãos e os pés com golpes de facão. Talvez, um dia, tudo isso mude. E, caso não mude, ainda assim continuarei lutando para que a mudança aconteça.

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