terça-feira, 5 de maio de 2015

Por que uma gorda feliz incomoda tanto?


A revista Elle Brasil surpreendeu a todos na última quinta-feira (30) ao anunciar a sua capa da edição de aniversário: a jornalista e blogueira Juliana Romano enrolada apenas num casaco Prada e usando saltos da Miu Miu. A proposta da edição foi “você na capa” e nas revistas físicas ao invés de uma capa com uma modelo magérrima, encontramos um espelho para nos vermos e sermos A CAPA.

A Ju (me sinto íntima rs) foi capa da versão para tablet, mas nem por isso o estardalhaço por causa da sua foto foi menor. Foi possível ler comentários onde as mulheres se sentiram felizes em saber que uma revista se importou em colocar uma pessoa com corpo real na capa – já que não houve uso de Photoshop no corpo da Ju. E, foi notória também, a quantidade absurda de comentários que acharam a capa da revista um incentivo a obesidade (sim, é absurdo, mas eu mesma li).

O interessante é que, quando são modelos magérrimas ocupando as capas de quase todas as revistas de moda e beleza do mundo, a maioria das pessoas não se importa com a saúde da população mundial, já que seria um incentivo a bulimia e anorexia, usando a mesma lógica. Mas, é muito mais fácil atacar a minoria, não é?


A minha opinião sobre a revista é: eu já achava a Ju linda e poderosa; agora ela está linda e poderosa na capa de uma revista de circulação nacional. Aceita, sociedade! Se aceitar como você é não é crime, assim, como não gostar de algumas coisas em seu corpo também não é. Mas, se amar primeiro é necessário para que possamos amar as outras pessoas. E de acordo com os comentários que eu li só concluí uma coisa: tem muita gente se odiando pelo Brasil afora...

3 comentários:

  1. Olha ai você lutando uma causa "que não é sua", já que você não é gorda!!! "Ah, mas eu sou mulher", você pode responder. Então, se a luta do feminismo não pertence aos homens conscientes e empáticos, que compreendem que a mulher é um SER HUMANO IGUAL A ELE, há uma "pequena" incoerência ai... Eu aceito qualquer um que lute - consciente e coerentemente - pelas causas em que acredito!

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    1. Não é não lutar, é querer o protagonismo de algo que não é deles. Mas a senhora pode até dizer "eles não querem". Mas, infelizmente, pela internet da vida eu vejo o contrário. Pode lutar sim! Pode ir desconstruindo o machismo dos amigos. Mas o protagonismo não. Afinal, em todo lugar tem homem sendo protagonista, então não custa deixar o feminismo com as mulheres, não é? Até por que só sabe o que é machismo quem é mulher. Homen pode até ter uma ideia, mas não passa por isso diariamente.

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    2. Se eu saísse na capa da Elle (sonhando rs) lutando contra a gordofobia não teria lógica, pois como a senhora disse: não sou gorda. Então, um homem também não deve se meter no protagonismo do feminismo. Ele pode estar junto, ajudar, procurar entender e tal, mas protagonizar não.

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