No último domingo, 05, assisti, pela primeira, vez
ao programa Estação Plural da TV Brasil e, curiosamente e coincidentemente
também, o tema do primeiro bloco foi “Qual foi a sua primeira vez
inesquecível?”. Os entrevistados responderam coisas muito interessantes e aí me
pus a pensar: “Quais foram as minhas primeiras vezes inesquecíveis?”. Então, resolvi
aqui mesmo, listar algumas delas.
Ah, atenção para o detalhe: esse texto será
recheado apenas de boas lembranças... Nada de primeiras vezes ruins, pois
disso a vida já está cheia. Farei questão apenas de lembrar os bons primeiros
momentos, as deliciosas primeiras sensações e as inesquecíveis primeiras vezes
que foram realmente boas. No entanto, não farei isso seguindo a devida ordem
cronológica, pois o mais importante aqui serão os acontecimentos e não as
datas.
Irei começar pela primeira vez em que ganhei livros
para chamá-los de meus. Lembro que estava na quarta série, de acordo com a
antiga classificação do Ensino Fundamental I, e ganhei um kit de livros do
colégio mesmo – que era público –, com umas quatro ou cinco obras infantis de
importantes escritores brasileiros. Acredito até, que se eu procurar com
carinho lá em casa, sou capaz de achar algum deles e, para variar, em bom
estado, pois sou cuidadosa com minhas coisas.
Hoje, antes de começar este texto, me deparei com
um post de uma ex-professora de literatura do Ensino Médio e grande amiga sobre
os 15 principais autores para ela e o primeiro da lista era Jorge Amado. Esta
professora foi a primeira que fez com que eu lesse uma obra do Amado e o livro
foi São Jorge dos Ilhéus (para quem não sabe, sou nascida em Ilhéus e ainda
moro por aqui). O livro retrata um pouco da história da cidade e dos coronéis
de cacau com a leveza na leitura que as obras do Jorge Amado proporcionam.
Cheguei ao Ensino Superior e, durante a graduação de Comunicação Social –
Jornalismo resolvi me envolver com um grupo de pesquisa sobre as obras de Jorge
Amado novamente. Agora, já acumulo a leitura de, pelo menos, cinco obras dele.
A primeira vez que radicalizei no visual e decidi
cortar o cabelo bem curto e alisar e colorir. Sempre usei o cabelo natural, que
é cacheado, mas com a chegada da adolescência e a vontade de se parecer com as
garotas bonitas, veio a necessidade de ser socialmente aceita, sei lá. Mas,
apesar de hoje questionar o porquê de ter feito isso, à época, me senti
maravilhosamente bem, pois foi uma das primeiras decisões que pude tomar sobre
o meu próprio corpo e isso me fez bem. Amadureci e continuo achando o máximo
ter pintado o cabelo de rosa, roxo e laranja durante uma época em que achavam o
supra sumo da rebeldia sem causa. Bons tempos...
Quero muito tatuar boa parte do meu corpo, pois
acho lindo e, este ano, em abril, me dei de presente a minha primeira tatuagem
que é um poema de Zack Magiezi: “A cada dia/Ela é mais dela/E menos o que
esperam dela”. Tatuei no peito, do lado esquerdo, em cima do coração. Talvez
seja porque isso diga sobre mim, sobre meu jeito de ser, meu modo de reagir
emocionalmente... Ou, talvez, apenas porque gostei do poema e de tantos outros
que também quero tatuar em breve. Ah, não doeu muito fazer tatuagem. Penso que
doeu pouco porque o texto foi pequeno e o lugar escolhido colaborou. Enfim, só
sei que valeu a pena.
Como vivemos numa sociedade capitalista, ter
dinheiro é importante, afinal, eu sou o que eu tenho, não é? Lembrando disso, veio
à memória, a primeira vez que recebi meu primeiro salário num emprego de
carteira assinada. Trabalhava numa madeireira, próxima à minha casa, e recebi o
primeiro salário pela metade, pois o pagamento era quinzenal. Ali, ao receber o
dinheiro, me senti adulta e uma pessoa responsável pelos meus próprios gastos a
partir daquele momento.
Uma das melhores sensações que tive, em toda a
vida, foi a primeira vez que vi um texto meu publicado. A matéria foi em grupo,
e publicada num jornal online da faculdade, mas a sensação de ler o meu nome
nos créditos foi grandiosa. Logo depois, a primeira matéria publicada em jornal
impresso foi num jornal comunitário, que a turma construiu junto com uma
comunidade de Itabuna. Mais tarde, tive o primeiro texto publicado no
Blogueiras Feministas e um dos textos que mais tiveram repercussão e que
realmente impactou toda uma comunidade, tanto pessoas transexuais e travestis,
como também jornalistas, público ao qual o texto foi direcionado.
Por fim, foram muitas primeiras vezes boas e eu
poderia passar dias e dias descrevendo todas elas aqui. Algumas foram efêmeras,
passaram tão rápido que nem pude sentir direito; outras duraram certo tempo, o
suficiente para lembrar de todas com carinho; muitas outras já nem me lembro
mais, infelizmente... Porém todas possuem devida importância para a construção
do meu eu em constante aprendizagem com todas as primeiras vezes que a vida
já me proporcionou.
E aí, qual foi a sua primeira vez inesquecível?
Amei o texto! Lembro muito do meu primeiro dia na escola, da primeira vez que vi Titanic (é...) e do primeiro beijo... O que lembrei agora kkk
ResponderExcluirMenina, nunca assisti Titanic. Acho que já tá na hora de ter a minha primeira vez com esse filme. Haha
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